quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Caso de amor com o telefone

Eu queria entender o que o telefone tem de tão especial para exercer tamanha atração sobre nossas ajudantes do lar. Dez em cada dez amigas com as quais converso, escuto a mesma reclamação: "A moça é boazinha, mas não desgruda do telefone!"
Particularmente, não sei o que me irrita mais quando minha ajudante dependura no telefone: o fato de manter minha linha ocupada, de negligenciar o serviço para conversar com as amigas, de inflacionar a conta telefônica ou de não entender que a casa é um local de trabalho.
Entre 2003 e 2006 eu tive uma auxiliar da qual ainda gosto muito. Eu e a Glória somos até comadres, pois me convidou para ser madrinha do Tiago, filho que teve enquanto trabalhava comigo.
É uma ótima pessoa, mas não pode ver um telefone. Logo nos primeiros dias na minha casa, ela lavou todo o banheiro enquanto conversava com uma amiga ao telefone. Para isso, segurava o handset (sem fio) entre o ombro e o ouvido. No final do dia, reclamou uma dor terrível no pescoço e não sabia o que era.
Mas, a melhor situação vivenciada com ela foi o dia que, na hora do almoço, parou de servir a mesa para atender o celular dela. Como estávamos com pressa, continuei o trabalho dela. Uns 10 minutos depois, ela ainda no celular, a família almoçando, o telefone fixo da nossa casa tocou. Era outra amiga querendo falar com a Glória. Meu marido não se fez de rogado:
- A patroa está ocupada no telefone celular, mas se você quiser deixar recado eu anoto...
Até a Glória percebeu que tinha passado da conta.

Lições:
- Quando contratar uma empregada doméstica, deixe claro se ela poderá usar o telefone da sua casa por motivos particulares, seja para discar ou receber chamadas.
- Se você for autorizar que ela telefone, informe por escrito (com assinatura dela consentindo) que as chamadas originadas de seu aparelho serão descontadas do salário dela. Isso agora é fácil, já que todas as operadoras são obrigadas a discriminar chamadas locais, para telefone celular e interurbanos.
- Informe se você aceitará chamadas a cobrar de amigos ou familiares delas. Se puder evitar essa prática, melhor.
- Evite ficar em cima do muro dizendo que ela pode usar o telefone quando necessário, porque poucas sabem distinguir essa diferença.
- Deixar as regras claras no início é mais fácil do que cortar o mal depois que ele se instalar. E por mais boazinha que você for, se a sua ajudante for abusada, você não vai dar conta...

5 comentários:

Anônimo disse...

Achei este blog sem querer e adorei! O telefone da minha casa nem é meu mais, pois é mais usado pela Neuzinha, nossa empregada. Pior é que como vc disse mesmo, elas não se mancam...

Anônimo disse...

Comprei um celular para minha empregada e ela paga o cartão só para deixar meu telefone desocupado, pois recebo muitas chamadas de serviço em casa. Maria Paula.

Mara disse...

Adorei o Blog!!!
Minha empregada está de licença maternidade, e já no primeiro mês, minha conta caiu de R$180,00 (em média), para... pasmem... R$ 48,00 !!!

Chris disse...

Nalu, amei o blog!
Nunca pensei que fosse tão difícil ser "patroa" e já encontrei aqui no seu espaço várias dicas úteis.

Beijos para você e família!
Chris

Liene Maciel disse...

Nalu, parabéns pelo blog. Estou acompanhando diariamente. Bjs