Quem leu as primeiras histórias desse blog já conhece a Irene, empregada doméstica da minha mãe quando ainda era pequenininha, lá em Valadares. Segue mais uma de suas proezas.
Setembro de 1982. Meu pai está em BH para complicado tratamento médico. Minha mãe o acompanha. Em casa, ficamos eu (13 anos), meu irmão (15 anos), meu primo que morava conosco (19 anos) e Irene (20 e poucos anos cronológicos e 7 anos mentais).
Meu único e adorado irmão Freed, que usa aparelho móvel nos dentes, resolve pregar um susto na Irene. Entra para o meu quarto, coloca o aparelho em pé na boca aberta, como se fosse um suporte entre os lábios, dobra para fora as pálpebras do olho e acende um a vela bem diante do rosto.
A figura demoníaca espera por Irene.
Irene entra.
Escutamos um grito.
Irene passa correndo na sala em direção à cozinha.
Atrás meu irmão assombrado.
Eu rolo de rir no chão.
Volta meu irmão correndo e gritando.
Atrás a Irene com uma faca na mão.
Ela grita: "Sai, sai, sai capeta desse corpo que não te pertence"... "Sai..."
Enquanto os vizinhos detêm a mulher, meu irmão retorna "normal".
Ela acalma-se e sorri.
Então brada como se pregasse no alto da montanha: "Na casa que eu comando, o diabo não faz graça!".
Na época imaginamos que ela quisesse dar uma lição no meu irmão fazendo-se de doida, mas soubemos mais tarde que ela acreditava mesmo ter espantado o capeta do corpo dele. Chegou a contar a história em Vermelho Velho, localidade onde nasceu, foi criada e one vive até hoje com marido e três filhos. Contam por lá que ela até pensou em montar uma igreja...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Eu adorei esse blog. Vou colaborar com algumas histórias. Ah, vou. Talvez com essa de limpeza em casa de mineiros. Gente, tenho de concordar com o Marcel Debrot, casa de mineiro é muuuuuuuito mais limpa. E nem todas sabem disso.
José Marcelo
Postar um comentário