Esta é uma receita que rende bastante, no sentido literal do termo.
Foi inventada na casa da Simone, pela empregada dela.
A família dessa minha amiga adora buchinho de boi, cozido com cebola, colorante, temperos e servido com fatias de pão. Tira-gosto muito apreciado no Leste de Minas.
A empregada nova da casa tanto insistiu que gostaria de preparar a iguaria que mãe da Simone não teve saída a não ser deixar. Pior, dia em que o marido levaria alguns amigos para assistirem ao jogo (Democrata x Cruzeiro).
Contou-me essa amiga que tudo ia bem, quando, de repente, a moça soltou um grito na cozinha. Todos correram para ver o que tinha acontecido.
A válvula da panela de pressão voara pelos ares e por todas as bordas possíveis escapava muita espuma. Desligaram o fogo, esperaram um pouco, abriram a panela e não descobriram o que tinha acontecido. A mãe da Simone não entendeu como o buchinho espumara tanto, mas como estava saboroso, sem indicação de estragado, serviu assim mesmo. Todos comeram até se fartarem.
Mais tarde, a dona da casa foi ajudar a empregada com a louça. Ao virar o detergente sobre a bucha ela percebeu algo estranho no produto e ao passar a bucha no prato, a vasilha ficou emplastada de gordura. Era o vidro de óleo que estava no lugar do detergente. Não demorou muito para a mãe da Simone descobrir onde estava o vidro de detergente...
Ao confirmar suas suspeitas chamou a moça e mostrou a causa da espumeira do buchinho. A empregada respondeu:
- Eu nunca consegui identificar direito qual é qual. Bem que a senhora poderia comprar óleo de soja em lata, né!
- Bem que a senhora poderia ler as embalagens quando tiver dúvidas - retrucou a patroa.
- Não me dô bem com as letras não, madame!
- Você não sabe ler?
- Não! Mal, mal, assinar meu nome.
- Como fez no outro dia em que lhe mandei dar tylenol para o Marquinhos - quis saber a patroa se referindo ao neto.
- Tylenol não é sempre o da caixa vermelha????
Quer mais?
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Sai desse corpo, capeta!
Quem leu as primeiras histórias desse blog já conhece a Irene, empregada doméstica da minha mãe quando ainda era pequenininha, lá em Valadares. Segue mais uma de suas proezas.
Setembro de 1982. Meu pai está em BH para complicado tratamento médico. Minha mãe o acompanha. Em casa, ficamos eu (13 anos), meu irmão (15 anos), meu primo que morava conosco (19 anos) e Irene (20 e poucos anos cronológicos e 7 anos mentais).
Meu único e adorado irmão Freed, que usa aparelho móvel nos dentes, resolve pregar um susto na Irene. Entra para o meu quarto, coloca o aparelho em pé na boca aberta, como se fosse um suporte entre os lábios, dobra para fora as pálpebras do olho e acende um a vela bem diante do rosto.
A figura demoníaca espera por Irene.
Irene entra.
Escutamos um grito.
Irene passa correndo na sala em direção à cozinha.
Atrás meu irmão assombrado.
Eu rolo de rir no chão.
Volta meu irmão correndo e gritando.
Atrás a Irene com uma faca na mão.
Ela grita: "Sai, sai, sai capeta desse corpo que não te pertence"... "Sai..."
Enquanto os vizinhos detêm a mulher, meu irmão retorna "normal".
Ela acalma-se e sorri.
Então brada como se pregasse no alto da montanha: "Na casa que eu comando, o diabo não faz graça!".
Na época imaginamos que ela quisesse dar uma lição no meu irmão fazendo-se de doida, mas soubemos mais tarde que ela acreditava mesmo ter espantado o capeta do corpo dele. Chegou a contar a história em Vermelho Velho, localidade onde nasceu, foi criada e one vive até hoje com marido e três filhos. Contam por lá que ela até pensou em montar uma igreja...
Setembro de 1982. Meu pai está em BH para complicado tratamento médico. Minha mãe o acompanha. Em casa, ficamos eu (13 anos), meu irmão (15 anos), meu primo que morava conosco (19 anos) e Irene (20 e poucos anos cronológicos e 7 anos mentais).
Meu único e adorado irmão Freed, que usa aparelho móvel nos dentes, resolve pregar um susto na Irene. Entra para o meu quarto, coloca o aparelho em pé na boca aberta, como se fosse um suporte entre os lábios, dobra para fora as pálpebras do olho e acende um a vela bem diante do rosto.
A figura demoníaca espera por Irene.
Irene entra.
Escutamos um grito.
Irene passa correndo na sala em direção à cozinha.
Atrás meu irmão assombrado.
Eu rolo de rir no chão.
Volta meu irmão correndo e gritando.
Atrás a Irene com uma faca na mão.
Ela grita: "Sai, sai, sai capeta desse corpo que não te pertence"... "Sai..."
Enquanto os vizinhos detêm a mulher, meu irmão retorna "normal".
Ela acalma-se e sorri.
Então brada como se pregasse no alto da montanha: "Na casa que eu comando, o diabo não faz graça!".
Na época imaginamos que ela quisesse dar uma lição no meu irmão fazendo-se de doida, mas soubemos mais tarde que ela acreditava mesmo ter espantado o capeta do corpo dele. Chegou a contar a história em Vermelho Velho, localidade onde nasceu, foi criada e one vive até hoje com marido e três filhos. Contam por lá que ela até pensou em montar uma igreja...
sábado, 3 de novembro de 2007
Só quero cheiro de limpeza!
Cheiro. Esta é uma questão bem pessoal.
Particularmente, acho que cheiro de limpeza é cheiro de nada. Um ambiente limpo não precisa cheirar pinho, lavanda, maçã verde, laranja e nenhuma outra fruta cítrica.
O problema é que 10 em cada 10 empregadas domésticas lançam mão dos produtos de limpeza cheirosos para esconder odores ou dar a impressão de que a casa está muito limpa.
Preste atenção. Se você entrar em casa e não sentir cheiro de produto nenhum, certamente vai olhar com mais atenção para chão, janelas, móveis e ver se estão limpos. Já quando entramos e sentimos aquele cheirinho de produto de limpeza, aí pensamos, "como a casa está limpinha", sem ao menos passar um olhar raio-x para os cantos, janelas, tapetes, etc.
Hoje, a Cida estava limpando o chão e de repente um cheiro de desinfetante invadiu minhas narinas. Perguntei:
- O que você está usando no chão?
- Desinfetante.
- Para quê?
- Para dar um cheiro.
Então mandei que suspendesse a técnica. Meu piso é de porcelanato rústico e agradece apenas o uso de detergente neutro.
Aliás, quem der uma conferida nos sites dos fabricantes de cerâmica, porcelanatos e louças para banheiros e cozinhas perceberá que a maioria pede que se use apenas detergente neutro para se manter o brilho das peças.
Na minha casa, desde a reforma, banheiros, cozinha e pisos frios (cerâmica e granito) são lavados exclusivamente com detergente neutro. Os desifetantes são usados apenas nos ralos e dentro do vaso sanitário após a lavagem, mesmo assim em pouca quantidade. Água sanitária? Nem pensar! Além de tirar o brilho da cerâmica, cromados e outras peças, provoca o desgaste prematuro dos rejuntes.
Dica:
Se a sua empregada adora cheiros e produtos de limpeza, dificilmente ela vai ouví-la e sempre que você estiver ausente ela vai usar esses produtos onde você menos recomenda. Se você não quer entrar em atrito constante com ela, evite comprá-los em grandes quantidades e explique isso a ela. Diga-lhe que está comprando desinfetante o suficiente apenas para usar nos ralos e vasos sanitários, sabão em pó e água sanitária apenas para lavar roupas e que o restante deve ser limpo com detergente neutro. Além de garantir a conservação de sua casa, você vai economizar no supermercado.
Particularmente, acho que cheiro de limpeza é cheiro de nada. Um ambiente limpo não precisa cheirar pinho, lavanda, maçã verde, laranja e nenhuma outra fruta cítrica.
O problema é que 10 em cada 10 empregadas domésticas lançam mão dos produtos de limpeza cheirosos para esconder odores ou dar a impressão de que a casa está muito limpa.
Preste atenção. Se você entrar em casa e não sentir cheiro de produto nenhum, certamente vai olhar com mais atenção para chão, janelas, móveis e ver se estão limpos. Já quando entramos e sentimos aquele cheirinho de produto de limpeza, aí pensamos, "como a casa está limpinha", sem ao menos passar um olhar raio-x para os cantos, janelas, tapetes, etc.
Hoje, a Cida estava limpando o chão e de repente um cheiro de desinfetante invadiu minhas narinas. Perguntei:
- O que você está usando no chão?
- Desinfetante.
- Para quê?
- Para dar um cheiro.
Então mandei que suspendesse a técnica. Meu piso é de porcelanato rústico e agradece apenas o uso de detergente neutro.
Aliás, quem der uma conferida nos sites dos fabricantes de cerâmica, porcelanatos e louças para banheiros e cozinhas perceberá que a maioria pede que se use apenas detergente neutro para se manter o brilho das peças.
Na minha casa, desde a reforma, banheiros, cozinha e pisos frios (cerâmica e granito) são lavados exclusivamente com detergente neutro. Os desifetantes são usados apenas nos ralos e dentro do vaso sanitário após a lavagem, mesmo assim em pouca quantidade. Água sanitária? Nem pensar! Além de tirar o brilho da cerâmica, cromados e outras peças, provoca o desgaste prematuro dos rejuntes.
Dica:
Se a sua empregada adora cheiros e produtos de limpeza, dificilmente ela vai ouví-la e sempre que você estiver ausente ela vai usar esses produtos onde você menos recomenda. Se você não quer entrar em atrito constante com ela, evite comprá-los em grandes quantidades e explique isso a ela. Diga-lhe que está comprando desinfetante o suficiente apenas para usar nos ralos e vasos sanitários, sabão em pó e água sanitária apenas para lavar roupas e que o restante deve ser limpo com detergente neutro. Além de garantir a conservação de sua casa, você vai economizar no supermercado.
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