Dimensionar comida não é tarefa fácil, eu reconheço, mas algumas ajudantes do lar são extremistas, ou a refeição que preparam é sempre insuficiente ou fazem quantidades para atender um batalhão.
Pergunto-me porque elas nem tentam, mesmo que pelos erros e acertos, aprender quantas medidas de arroz cru são necessárias para o consumo da família e quantos tomates e bifes bastam? Acho que isso me incomoda tanto porque abomino, na mesma proporção, desperdício e merreca de comida à mesa.
Tive uma empregada que logo que chegou à minha casa cortou em bifes e grelhou um filé inteirinho! Isso mesmo! Quando vi aquela montanha de carne à mesa quase tive um troço. Ela tentou me acalmar dizendo que se sobrasse era bom que o almoço do dia seguinte estava adiantado. Briguei tanto que a moça nunca mais cometeu o mesmo erro, ou melhor, com os bifes, porque o arroz sempre foi feito em dobro, para evitar trabalho no próximo almoço.
Pior era a ajudante da Nagel Medeiros, jornalista e grande amiga minha. Ela dimensionava a comida a ser preparada conforme o tamanho da travessa que usaria. Se queria usar certo vasilhame grande, enchia-o até à borda de comida, mesmo que só fossem comer a minha amiga e o marido dela. Da mesma forma, se a mulher queria usar uma travessa menor, fazia apenas o suficiente para ocupar a vasilha, mesmo que dez pessoas viessem para o jantar...
Dica:
Um copo americano de arroz cru (até à linha)é suficiente para um adulto que come bem. Se for criança ou adulto que come menos, conte meio copo americano de arroz cru por pessoa. Essa medida costuma dar certo, não falta, nem sobra.
Para mensurar o feijão, conte um copo americano do grão para cada duas pessoas.
Batata - conte uma média por adulto e uma pequena por criança.
Tomate - Um tomate salada para cada duas pessoas é suficiente, podendo até sobrar.
Carne - aposte nos 250 gramas por adulto e 100 gramas por criança.
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Caso de amor com o telefone
Eu queria entender o que o telefone tem de tão especial para exercer tamanha atração sobre nossas ajudantes do lar. Dez em cada dez amigas com as quais converso, escuto a mesma reclamação: "A moça é boazinha, mas não desgruda do telefone!"
Particularmente, não sei o que me irrita mais quando minha ajudante dependura no telefone: o fato de manter minha linha ocupada, de negligenciar o serviço para conversar com as amigas, de inflacionar a conta telefônica ou de não entender que a casa é um local de trabalho.
Entre 2003 e 2006 eu tive uma auxiliar da qual ainda gosto muito. Eu e a Glória somos até comadres, pois me convidou para ser madrinha do Tiago, filho que teve enquanto trabalhava comigo.
É uma ótima pessoa, mas não pode ver um telefone. Logo nos primeiros dias na minha casa, ela lavou todo o banheiro enquanto conversava com uma amiga ao telefone. Para isso, segurava o handset (sem fio) entre o ombro e o ouvido. No final do dia, reclamou uma dor terrível no pescoço e não sabia o que era.
Mas, a melhor situação vivenciada com ela foi o dia que, na hora do almoço, parou de servir a mesa para atender o celular dela. Como estávamos com pressa, continuei o trabalho dela. Uns 10 minutos depois, ela ainda no celular, a família almoçando, o telefone fixo da nossa casa tocou. Era outra amiga querendo falar com a Glória. Meu marido não se fez de rogado:
- A patroa está ocupada no telefone celular, mas se você quiser deixar recado eu anoto...
Até a Glória percebeu que tinha passado da conta.
Lições:
- Quando contratar uma empregada doméstica, deixe claro se ela poderá usar o telefone da sua casa por motivos particulares, seja para discar ou receber chamadas.
- Se você for autorizar que ela telefone, informe por escrito (com assinatura dela consentindo) que as chamadas originadas de seu aparelho serão descontadas do salário dela. Isso agora é fácil, já que todas as operadoras são obrigadas a discriminar chamadas locais, para telefone celular e interurbanos.
- Informe se você aceitará chamadas a cobrar de amigos ou familiares delas. Se puder evitar essa prática, melhor.
- Evite ficar em cima do muro dizendo que ela pode usar o telefone quando necessário, porque poucas sabem distinguir essa diferença.
- Deixar as regras claras no início é mais fácil do que cortar o mal depois que ele se instalar. E por mais boazinha que você for, se a sua ajudante for abusada, você não vai dar conta...
Particularmente, não sei o que me irrita mais quando minha ajudante dependura no telefone: o fato de manter minha linha ocupada, de negligenciar o serviço para conversar com as amigas, de inflacionar a conta telefônica ou de não entender que a casa é um local de trabalho.
Entre 2003 e 2006 eu tive uma auxiliar da qual ainda gosto muito. Eu e a Glória somos até comadres, pois me convidou para ser madrinha do Tiago, filho que teve enquanto trabalhava comigo.
É uma ótima pessoa, mas não pode ver um telefone. Logo nos primeiros dias na minha casa, ela lavou todo o banheiro enquanto conversava com uma amiga ao telefone. Para isso, segurava o handset (sem fio) entre o ombro e o ouvido. No final do dia, reclamou uma dor terrível no pescoço e não sabia o que era.
Mas, a melhor situação vivenciada com ela foi o dia que, na hora do almoço, parou de servir a mesa para atender o celular dela. Como estávamos com pressa, continuei o trabalho dela. Uns 10 minutos depois, ela ainda no celular, a família almoçando, o telefone fixo da nossa casa tocou. Era outra amiga querendo falar com a Glória. Meu marido não se fez de rogado:
- A patroa está ocupada no telefone celular, mas se você quiser deixar recado eu anoto...
Até a Glória percebeu que tinha passado da conta.
Lições:
- Quando contratar uma empregada doméstica, deixe claro se ela poderá usar o telefone da sua casa por motivos particulares, seja para discar ou receber chamadas.
- Se você for autorizar que ela telefone, informe por escrito (com assinatura dela consentindo) que as chamadas originadas de seu aparelho serão descontadas do salário dela. Isso agora é fácil, já que todas as operadoras são obrigadas a discriminar chamadas locais, para telefone celular e interurbanos.
- Informe se você aceitará chamadas a cobrar de amigos ou familiares delas. Se puder evitar essa prática, melhor.
- Evite ficar em cima do muro dizendo que ela pode usar o telefone quando necessário, porque poucas sabem distinguir essa diferença.
- Deixar as regras claras no início é mais fácil do que cortar o mal depois que ele se instalar. E por mais boazinha que você for, se a sua ajudante for abusada, você não vai dar conta...
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Seja clara!
Após um ano de muito trabalho, em casa com a empregada nova, e na empresa, com vários projetos que lhe consumiram todas as energias, a patroa resolveu parar um mês inteiro. Achou por bem combinar suas férias com as da ajudante do lar e apenas comunicou o fato à moça. Aliás, no último ano ela mal tinha tido tempo de conversar com a funcionária, tamanho era o volume de trabalho.
Todos saíram de férias, a moça assinou uma papelada danada, pegou o dinheiro e partiu. Passados os 30 dias, a patroa voltou, mas a empregada não. A mulher imaginou que fosse algum mal-entendido em relação às datas de retorno e foi conferir os recibos de férias. Estava tudo lá. A moça tinha que ter voltado naquele dia. A patroa então pensou que pudesse ser algum problema com ônibus, saúde, etc e resolveu aguardar mais um dia.
Passados três dias, perdeu a paciência e ligou para a casa da moça. A mãe atendeu e e informou que ela estava no trabalho. A patroa insistiu que não, ela não tinha aparecido ainda e a família esperava por ela, assim como pilhas de roupas para lavar e passar...
- Ela tá no emprego novo! - informou a mãe da moça.
- Como? Ela arrumou outro emprego sem me avisar? - gritou a patroa.
- Mas doutora, a senhora dispensou ela! - retrucou a mãe com simplicidade.
- Não dispensei, não.
- Dispensou sim. Saiu de férias e mandou ela pra casa.
- Mas ela também estava de férias! - esbravejou a patroa.
- E pobre tem direito a férias, dona? A senhora acha que ela ia ficar o mês inteiro parada, sem trabalhar? Quando o dinheiro do acerto acabasse o que ela ia fazer?
- Que dinheiro do acerto? - questionou a "doutora".
- Aquela bolada toda que a senhora pagou. Sei que pagou aquilo tudo para ela não reclamar que a senhora nem deu aviso, mas vai acabar um dia né...
- Mas, minha senhora, aquele dinheiro todo era o adiantamento de férias!
- Adiantamento? Então ela ainda tá devendo a senhora? - gritou do outro lado a mãe zelosa.
A patroa procurou se acalmar e explicou para a mulher as leis referentes às férias. Por fim, questionou:
- Ela não leu nada do que assinou?
- Claro que não! Ela só sabe ler o nome dela, nada mais.
Lição:
Não custa nada explicar tudo o que está escrito nos documentos e perguntar várias vezes se existem dúvidas. Por vergonha de não saber ler ou não entender dos próprios direitos, sua funcionária pode desaparecer da noite para o dia.
Todos saíram de férias, a moça assinou uma papelada danada, pegou o dinheiro e partiu. Passados os 30 dias, a patroa voltou, mas a empregada não. A mulher imaginou que fosse algum mal-entendido em relação às datas de retorno e foi conferir os recibos de férias. Estava tudo lá. A moça tinha que ter voltado naquele dia. A patroa então pensou que pudesse ser algum problema com ônibus, saúde, etc e resolveu aguardar mais um dia.
Passados três dias, perdeu a paciência e ligou para a casa da moça. A mãe atendeu e e informou que ela estava no trabalho. A patroa insistiu que não, ela não tinha aparecido ainda e a família esperava por ela, assim como pilhas de roupas para lavar e passar...
- Ela tá no emprego novo! - informou a mãe da moça.
- Como? Ela arrumou outro emprego sem me avisar? - gritou a patroa.
- Mas doutora, a senhora dispensou ela! - retrucou a mãe com simplicidade.
- Não dispensei, não.
- Dispensou sim. Saiu de férias e mandou ela pra casa.
- Mas ela também estava de férias! - esbravejou a patroa.
- E pobre tem direito a férias, dona? A senhora acha que ela ia ficar o mês inteiro parada, sem trabalhar? Quando o dinheiro do acerto acabasse o que ela ia fazer?
- Que dinheiro do acerto? - questionou a "doutora".
- Aquela bolada toda que a senhora pagou. Sei que pagou aquilo tudo para ela não reclamar que a senhora nem deu aviso, mas vai acabar um dia né...
- Mas, minha senhora, aquele dinheiro todo era o adiantamento de férias!
- Adiantamento? Então ela ainda tá devendo a senhora? - gritou do outro lado a mãe zelosa.
A patroa procurou se acalmar e explicou para a mulher as leis referentes às férias. Por fim, questionou:
- Ela não leu nada do que assinou?
- Claro que não! Ela só sabe ler o nome dela, nada mais.
Lição:
Não custa nada explicar tudo o que está escrito nos documentos e perguntar várias vezes se existem dúvidas. Por vergonha de não saber ler ou não entender dos próprios direitos, sua funcionária pode desaparecer da noite para o dia.
O barato que sai caro
Outra amiga contratou uma empregada doméstica, com a qual acertou verbalmente que o salário registrado na carteira de trabalho seria um e o pago efetivamente seria 1/3 maior. Com essa estratégia, minha colega evitava recolher o INSS sobre o valor global, aliviando o bolso dela e também a da funcionária.
Passaram-se cinco anos e patroa e empregada discutiram feio. O motivo nem me lembro mais. Minha amiga "acertou as contas" com base no valor acordado verbalmente e registrou tudo em documento. Você já consegue imaginar o que aconteceu?
Dois meses após a saída da moça, minha amiga recebeu a notificação da Justiça do Trabalho para depor em processo movido pela ex-funcionária. Claro, perdeu e teve que pagar tudo de uma só vez.
Pior do que isso foi pagar uma multa por reter e consumir com a carteira de trabalho da ex-funcionária. Mentira que a empregada inventou para o advogado e o juiz. Mesmo sem testemunhas sobre o fato, minha amiga amargou um prejuízo enorme.
Não caia na tentação de aceitar acordos verbais que contrariam a lei. Seja correta, cumpra seus deveres como patroa e faça valer seus direitos. Até mesmo aquela que foi sua babá na infância corre o risco de "levá-la no pau".
Eu uso um software que baixei da Internet que não nos deixa cometer esses delizes. Trata-se do Domestic. Tem uma versão gratuita mais simples e outra paga mais complexa.
Lição:
Após registrar o contrato de trabalho na carteira, é importante devolver o documento e pedir ao funcionário que assine, imediatamente, o recibo de devolução!
Passaram-se cinco anos e patroa e empregada discutiram feio. O motivo nem me lembro mais. Minha amiga "acertou as contas" com base no valor acordado verbalmente e registrou tudo em documento. Você já consegue imaginar o que aconteceu?
Dois meses após a saída da moça, minha amiga recebeu a notificação da Justiça do Trabalho para depor em processo movido pela ex-funcionária. Claro, perdeu e teve que pagar tudo de uma só vez.
Pior do que isso foi pagar uma multa por reter e consumir com a carteira de trabalho da ex-funcionária. Mentira que a empregada inventou para o advogado e o juiz. Mesmo sem testemunhas sobre o fato, minha amiga amargou um prejuízo enorme.
Não caia na tentação de aceitar acordos verbais que contrariam a lei. Seja correta, cumpra seus deveres como patroa e faça valer seus direitos. Até mesmo aquela que foi sua babá na infância corre o risco de "levá-la no pau".
Eu uso um software que baixei da Internet que não nos deixa cometer esses delizes. Trata-se do Domestic. Tem uma versão gratuita mais simples e outra paga mais complexa.
Lição:
Após registrar o contrato de trabalho na carteira, é importante devolver o documento e pedir ao funcionário que assine, imediatamente, o recibo de devolução!
domingo, 14 de outubro de 2007
"Compenso"
Minha amiga foi contratar uma empregada e durante a entrevista perguntou:
- Qual o salário que você gostaria de receber?
- Depende - disse a moça, um tanto lacônica.
- Depende de quê? - quis saber minha amiga.
- A senhora vai querer "compenso" ou "sempenso"?
A futura patroa arregalou os olhos pensando: "Que diabo de 'compenso' é esse?". "Será que vai querer compensação de alguma coisa?". Então voltou-se para a moça e quis saber:
- Eu não entendi...
- Seguinte. Se você for dizer tudo o que tenho que fazer, tim-tim por tim-tim, então é mais barato. Agora, se for "COM PENSO", se eu tiver que pensar o que limpar em qual dia, qual comida fazer, aí é mais caro...
Minha amiga dispensou a futura ajudante.
Lição:
Por mais desesperada que você esteja para contratar uma secretária do lar, nem tente apostar em alguém que quer cobrar mais caro para ter que pensar. Boa vontade em aprender e acertar é característica indispensável.
- Qual o salário que você gostaria de receber?
- Depende - disse a moça, um tanto lacônica.
- Depende de quê? - quis saber minha amiga.
- A senhora vai querer "compenso" ou "sempenso"?
A futura patroa arregalou os olhos pensando: "Que diabo de 'compenso' é esse?". "Será que vai querer compensação de alguma coisa?". Então voltou-se para a moça e quis saber:
- Eu não entendi...
- Seguinte. Se você for dizer tudo o que tenho que fazer, tim-tim por tim-tim, então é mais barato. Agora, se for "COM PENSO", se eu tiver que pensar o que limpar em qual dia, qual comida fazer, aí é mais caro...
Minha amiga dispensou a futura ajudante.
Lição:
Por mais desesperada que você esteja para contratar uma secretária do lar, nem tente apostar em alguém que quer cobrar mais caro para ter que pensar. Boa vontade em aprender e acertar é característica indispensável.
Mea culpa
Se alguém parou por aqui antes para ler as histórias entre empregas e patroas deve estar muito bravo comigo, afinal, postei duas histórias e sumi. É, ainda estou aprendendo a dinâmica dos blogs e, principalmente, incluindo-a na minha rotina. Prometo que serei mais assídua!
Algumas pessoas me perguntaram porque decidi escrever sobre empregadas domésticas. Por favor, não tenho nada contra elas, ao contrário, não vivo sem elas. Minha intenção é transmitir uma pouco da minha pequena experiência para quem está começando nessa empreitada. E, claro, aprender a encarar com humor as situações malucas que vivemos na relação de amigas e inimigas íntimas com essas profissionais.
Algumas pessoas me perguntaram porque decidi escrever sobre empregadas domésticas. Por favor, não tenho nada contra elas, ao contrário, não vivo sem elas. Minha intenção é transmitir uma pouco da minha pequena experiência para quem está começando nessa empreitada. E, claro, aprender a encarar com humor as situações malucas que vivemos na relação de amigas e inimigas íntimas com essas profissionais.
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